CRISTIANISMO YIN-YANG

 Serei curto e objetivo! Antes que os religiosos de plantão construam suas próprias conclusões, vou deixar bem claro no que NÃO ACREDITO! Não acredito na espiritualidade oriental que propõe que os opostos devem se equilibrar. Não creio que o bem e o mal se equilibram entre si. Não creio também no ecumenismo. Meu bom senso não consegue abraçar essa multi-religiosidade de idéias completamente opostas e contraditórias que afirma que tudo é verdade. Abraço sim, as pessoas que pensam diferente, mas definitivamente, não creio que todos os caminhos levam a Deus!

            Peço desculpas aos místicos por emprestar seu simbolismo para explicar o que está acontecendo com os cristãos. Mas antes vou deixar um texto das Escrituras na qual me baseio para dizer o que vou dizer: ^“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.” (I Coríntios 12:11-14)

            Jesus deixou o modelo da Sua Igreja que é baseado na Unidade da Diversidade. Somos muitos e cada um é diferente do outro. Somos diversos e exclusivos, mas no Amor e na Verdade, que é Jesus, podemos experimentar a UNIDADE. Unidade é completamente diferente de UNIFORMIDADE. Uniformidade é a tentativa humana de padronizar aquilo que é diferente. Uniformidade é tentar dizer que todos somos iguais, sendo que não somos. E infelizmente é isso que a Igreja Cristã está vivendo há séculos: a Uniformidade na Divisão. São presbiterianos, assembleianos, católicos, pentecostais, batistas, neo-pentecostais etc. Mas cada um desses grupos não vive a Unidade do amor. Quase ninguém realmente se importa com alguém. Quase ninguém está ligado e comprometido com o outro, apenas vivem juntos debaixo da mesma “doutrina”, dos mesmos rituais, dos mesmos costumes e padrões, mas quase ninguém sabe o sentido do cuidado mútuo, do amor e muito menos da Verdade. São Uniformes, pois são identificados por sua denominação, roupas, músicas, costumes etc, mas não experimentam a Unidade do Corpo. E ainda, cada grupo (ou denominação) é separado dos demais. Isso é Uniformidade na Divisão.

            O que Jesus deixou foi a Unidade na Diversidade! Não deveriam existir as denominações, os grupos, os “históricos”, os “renovados”, os “tradicionais”, os “neo-isso” ou os “neo-aquilo”. Era para ser um organismo só: A Igreja. E esta, simplesmente formada pela multi-diversidade de pessoas com suas raças, línguas, seus dons e personalidades, mas todos verdadeiramente unidos em torno de Um só Deus e Pai de todos. E a única coisa que os separaria seria a geografia mundial e regional. Esse é o modelo de Jesus. Grupos de “gente humana” espalhados por todo mundo, mas gente que se ama e ama a toda gente. Gente cuja marca da unidade é o amor e o cuidado mútuo. Mas todos unidos e comprometidos em torno de uma só Verdade: Jesus Cristo.

            Bem, infelizmente vivemos uma espécie de CRISTIANISMO YIN-YANG, onde se contrastam dois modelos diametralmente opostos, duplamente contraditórios e claramente em desequilíbrio. O modelo de Jesus, da UNIDADE na DIVERSIDADE e o modelo humano, da UNIFORMIDADE na DIVISÃO. Será que dá tempo de voltar atrás?

(Ubatuba-SP - 18/03/2014)