A LEI DA CONVIVÊNCIA

10/05/2013 14:17


        Todo o Universo está cheio de leis. A dimensão espiritual possui suas leis, a dimensão física e cada mundo em particular. O mundo natural também tem suas leis. E é bom não desafiá-las. Há aqueles que tentam desafiar a lei da gravidade pulando do alto de prédios. É desnecessário comentar os resultados. Me lembro de uma situação da época em que eu morava no sul de Minas Gerais. A cidade em que eu morei (que aqui vou poupá-la de ser citada) tinha problemas de abastecimento de água. Numa das reuniões da câmara dos vereadores em que se discutia o tema de abastecimento, alguém levantou a hipótese de se tirar água de um rio caudaloso que passava abaixo do nível da cidade. Outro presente disse que o único problema seria relativo à lei da gravidade. Nesse momento, um dos vereadores fez a seguinte sugestão: “E se nós arrumarmos um meio de revogar essa lei?” Bem, sem comentários... Ainda que sejamos ignorantes sobre as leis da natureza, jamais conseguiremos quebrá-las ou revogá-las. Tenho pra mim que o mesmo ocorre com as leis espirituais.

 

        Na minha concepção, creio que os relacionamentos se encaixam tanto nas leis espirituais como nas naturais. Relacionamentos envolvem o mundo biológico, psicológico e espiritual. Mas nesse artigo quero focar um aspecto em particular: a LEI DA CONVIVÊNCIA. Chamo de ‘Lei da Convivência’ o fato de todo e qualquer tipo de convívio gerar influência. É impossível convivermos com pessoas e não sermos influenciados ou influenciarmos. É uma lei tanto natural como espiritual. Num relacionamento (seja lá qual for o grau) sempre seremos influenciados em algum nível. Quanto mais íntima for a convivência maior será o nível de influência de um para o outro.

        É impressionante a quantidade de pessoas que entram em certos relacionamentos achando que estarão inertes ou neutras. Impossível! Pois essa é a natureza dos relacionamentos. Conscientes ou não, trocamos todo tipo de “coisas” ao nos relacionarmos. Valores, hábitos, gírias, energias, emoções, caráter etc. Não há convivência neutra. O velho ditado “Diga-me com quem andas e eu direi quem és” tem lá suas parcelas de verdade. Uma das formas de se ter uma ideia sobre quem é uma pessoa é conhecer os seus amigos íntimos. Pelo menos dá para se ter uma ideia...

 

        Mas confesso que o que mais tem-me impressionado hoje é a quantidade de pessoas que se dizem íntimas de Deus mas não se parecem nem um pouquinho com Ele. Aliás, essa relação com o Divino talvez seja a única onde apenas um dos lados pode ser influenciado. Isso porque tudo que temos, inclusive nossa personalidade, veio de Deus. Qualquer coisa que possamos dar a Ele já veio dEle. E o nosso pecado não pode afetar Deus pelo simples fato dEle ser perfeito. Então me pergunto: Como alguém pode ser amigo de Deus e não se parecer nadinha com Ele? Onde estaria a LEI DA CONVIVÊNCIA? Conviver com Deus e não ser afetado por Ele é possível? Claro que não!!! Mas tem muita gente por aí desafiando essa Lei...

Essa é a razão do apóstolo João dizer em sua primeira carta (I João 4:7-8, 16, 20):

 

 

“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.”
“...Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.”
“Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”

 

        Quanta simplicidade, não? Que forma fácil de se descrever a LEI DA CONVIVÊNCIA. Sim, é simples assim! Se você anda com Deus, ficará cada vez mais parecido com Ele. E se Deus é amor então essa marca se tornará cada vez mais evidente em sua vida. É impossível não acontecer. Do contrário, você estará se enganando.

 

        Pense nisso: Se não existisse essa tal LEI DA CONVIVÊNCIA, por que Jesus teria dito:

 

“Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”? (João 13:35)

 

(Caraguatatuba,SP – 02/05/2013)